O câncer de esôfago é o oitavo câncer mais comum no mundo. Na América do Sul, as regiões com maior incidência são o Uruguai e o Sul do Brasil.
Referente ao tipo histológico, 95% dos cânceres são do tipo carcinoma epidermoide ou adenocarcinoma. O carcinoma epidermoide é mais associado ao tabagismo e ao etilismo e o adenocarcinoma a doença do refluxo gastroesofágico, esôfago de Barrett com metaplasia intestinal, obesidade e tabagismo. Apesar dessas diferenças, não há muitas diferenças no tratamento do câncer de esôfago.
Os tumores precoces do esôfago geralmente não manifestam sintomas. Porém, quando presentes, o principal sintoma do câncer de esôfago é a disfagia, ou seja, a dificuldade para engolir. Além disso, pode ocorrer regurgitação, dor ao engolir, emagrecimento, anemia e dor abdominal. Falta de ar, tosse e dor no peito podem indicar doença grave.
A dificuldade para engolir é progressiva e se inicia com dificuldade para deglutição de alimentos sólidos e vai evoluindo com o tempo, até possuir dificuldade para ingestão de líquidos.
A cirurgia do câncer do esôfago para retirada cirúrgica do tumor é o melhor tratamento para estágios precoces. Porém, mais da metade dos pacientes já possuem câncer localmente avançado incurável, alto risco cirúrgico e até metástases, ou seja, disseminação do tumor pelo corpo. Por isso, na maioria das vezes o tratamento é paliativo.
O uso da radioterapia e da quimioterapia podem ser usados antes da cirurgia para melhorar a retirada do tumor em pacientes em que esse procedimento é indicado, o controle do câncer a longo prazo e a sobrevida do paciente.
A cirurgia do câncer do esôfago está indicada com intenção de cura para pacientes sem metástases à distância (pulmão, fígado, ossos, glândula suprarrenal, cérebro ou linfonodos para-aórticos e mesentéricos), com tumor sem evidência de invasão de estruturas próximas (aorta, traqueia, coração, grandes vasos ou fístula traqueoesofágica) e com condição clínica satisfatória.
A invasão de pleura, pericárdio, diafragma, veia ázigos ou peritônio é classificada como T4a no estadiamento, sendo consideradas lesões que podem ser retiradas.
Pacientes que possuem lesões que não podem ser submetidas a cirurgia e/ou metástases devem realizar tratamento paliativo, incluindo radioterapia e quimioterapia, se necessário.
A escolha da abordagem na cirurgia depende de fatores como a localização, o tamanho do tumor e a sua relação com órgãos e estruturas próximas, o tipo e a extensão da linfadenectomia (retirada dos linfonodos) e a preferência do cirurgião.
Na cirurgia do câncer do esôfago (esofagectomia), há a retirada de parte ou de todo o esôfago. Por isso, deve-se realizar a reconstrução do trânsito do bolo alimentar com estômago, cólon ou jejuno (parte do intestino delgado).
Geralmente, utiliza-se o estômago pela facilidade e por ser um órgão muito vascularizado. Porém, pode ser difícil manter margens livres seguras do local do câncer. Por isso, outras opções devem ser consideradas.
Quando se escolhe utilizar o estômago, são ligadas as artérias gástrica esquerda,, gastroepiploica esquerda e os vasos curtos e se mantém apenas a vascularização pela gastroepiploica direita e gástrica direita.
Além dessa mudança na irrigação sanguínea, é realizada a liberação da porção intestinal duodeno e, às vezes, piloroplastia. Em seguida, o estômago é levantado por via mediastinal ou retroesternal (região mediana do tórax) até a região cervical
(pescoço) para realização da anastomose esofagogástrica.
As complicações da cirurgia do câncer do esôfago mais frequentes são condições respiratórias e as associadas a reconstrução do trânsito para passagem do bolo alimentar, envolvendo necrose, sangramento e fístula (comunicação anormal entre dois locais). Além disso, o paciente pode ter alterações na voz ou para engolir.
As operações são realizadas por vídeo-cirurgia, com ou sem auxílio do Robô o que oferece melhor evolução pós-operatória, com menor número de complicações e mais rápida recuperação.
Na GASTROMED Instituto Zilberstein estas operações são realizadas principalmente por video-cirurgia e sempre que possível com auxílio do Robô, conferindo segurança e conforto para o paciente.