O intestino delgado consiste no principal órgão responsável pela absorção de nutrientes, minerais e vitaminas dos alimentos. Apesar de representar a maior parte do trato gastrointestinal, a prevalência de tumores malignos nesse órgão é baixa, representando menos de 2% dos cânceres do tubo digestivo.
A cirurgia do intestino delgado é realizada com o objetivo de acessar o segmento do órgão que apresenta alguma afecção que pode ser tratada por via cirúrgica, como os tumores.
Os tumores do intestino delgado podem ser benignos ou malignos (câncer). Os tumores benignos são mais frequentes e geralmente, não causam sintomas. Entre eles estão o adenoma, o leiomioma, o lipoma e o hamartoma.
Já os tumores malignos (câncer) podem se manifestar de maneira inespecífica, como dor abdominal, sangramento gastrointestinal e perda de peso. Entre eles estão o adenocarcinoma, o tumor carcinoide e os linfomas.
O diagnóstico de tumores do intestino delgado é um grande desafio à equipe médica, visto que os sintomas são inespecíficos, não há exames laboratoriais específicos e confiáveis e os exames de imagem que podem contribuir são muito invasivos, restando poucas opções para uma investigação mais aprofundada.
São fatores de risco para o desenvolvimento de tumores (benignos e malignos) do intestino delgado:
A principal indicação para realização de cirurgia do intestino delgado é a obstrução intestinal que pode ser causada por uma simples aderência ou por um tumor
Outras indicações para fazer uma cirurgia do intestino delgado são:
A cirurgia do intestino delgado para tratamento do câncer deve ser analisada pelo médico e a equipe multidisciplinar para definição da melhor abordagem do paciente, como escolha da técnica, que dependerá da localização, tamanho e estadiamento do tumor.
O tratamento dos tumores do intestino delgado se baseia na realização de retirada dos tumores por meio de cirurgia do intestino delgado, porém, as chances de cura variam entre os diferentes tipos.
O adenocarcinoma, responsável por 25 a 40% dos cânceres de intestino delgado, possui chance de ressecção cirúrgica do tumor curativa em apenas 40 a 65% dos pacientes.
A cirurgia pode ser realizada por via endoscópica (endoscopia), via laparoscópica (vídeo) ou via convencional (aberta). Quando necessário, pode ser realizada a retirada de segmentos da alça intestinal.
Ao fim da cirurgia do intestino delgado, após a retirada do tumor, com a finalidade de manter o trânsito intestinal preservado, pode-se realizar uma anastomose (ligação entre as partes do intestino, mantendo a saída de fezes pelo ânus) ou um estoma (abertura do intestino pela parede abdominal com posterior uso de bolsa, onde sairão as fezes).
O estoma poderá ser temporário ou permanente. A escolha dependerá das condições clínicas e cirúrgicas do paciente, risco de infecção, presença de comorbidades, entre outros.
A quimioterapia e a radioterapia podem ser instituídas no tratamento de tumores avançados ou em caso de linfoma.
Após a realização de uma cirurgia do intestino delgado, pode ocorrer perda de peso, mudança da dieta, adaptação à bolsa de colostomia ou ileostomia, se presente, entre outros.
Mesmo na presença desses fatores, é possível manter a qualidade de vida do paciente dentro de suas condições por meio da ajuda da equipe multidisciplinar e da família, associação a grupos de apoio, busca constante de informações, entre outros.
Existem situações em que o intestino delgado "morre" em todo ou em parte, por consequência de uma trombose dos vasos que o nutrem ou por uma torção devido a uma aderência. Neste caso o intestino deve ser removido e o paciente para a sobreviver sendo alimentado só por via venosa e deverá ser submetido a "transplante de intestino delgado" que é uma das mais difíceis operações em função do grande risco de rejeição.
Na GASTROMED Instituto Zilberstein estas operações, com exceção do transplante, são realizadas principalmente por video-cirurgia, conferindo segurança e conforto para o paciente