A cirurgia bariátrica consiste em um conjunto de abordagens cirúrgicas utilizadas no tratamento da obesidade mórbida que não respondeu ao tratamento com mudança no estilo de vida e uso de medicamentos.
O tratamento cirúrgico para obesidade, a cirurgia bariátrica, se mostrou eficaz por gerar perda de peso no longo prazo e benefícios como melhoria das doenças associadas e aumento da expectativa de vida.
O objetivo do tratamento conservador não cirúrgico da obesidade é prevenir complicações associadas à obesidade. Há três principais medidas que podem ser instituídas no tratamento da obesidade: mudança do estilo de vida, uso de medicamentos e tratamento cirúrgico.
Um dos pontos importantes para a definição do tratamento a seguir seguido para obesidade é a disposição do paciente, que deve desejar perder peso e tomar as medidas necessárias para conseguir atingir esse objetivo.
Independente do tratamento para obesidade escolhido, sempre se deve iniciar com as mudanças no estilo de vida, como alteração da alimentação e início de atividades e exercícios físicos. Além de, claro, dar atenção específica às comorbidades, se estiverem presentes. Tendo sucesso com essas medidas, o paciente consegue se preparar bem para uma posterior cirurgia bariátrica.
Uma das primeiras e principais ações do tratamento conservador não cirúrgico da obesidade é o tratamento não farmacológico, ou seja, sem o uso de medicamentos, que incluem mudanças no estilo de vida, abordando os pontos a seguir.
Assim, as medidas iniciais no tratamento conservador não cirúrgico da obesidade para perda de peso incluem a diminuição na ingestão calórica (dieta) associada ao aumento gasto energético (exercício físico). Além disso, é importante a modificação do comportamento orientada por um profissional qualificado fora ou dentro de grupos de autoajuda.
Outro ponto importante é o alinhamento de expectativas de perda de peso com o paciente. Uma estimativa realista é que haja uma perda de 5% do peso ou mais em 6 meses de tratamento. Se ocorrer perda de peso associada a diminuição dos fatores de risco, então está funcionando!
A instituição do tratamento farmacológico sempre deve se dar em associação às medidas não farmacológicas. Assim, o uso de medicamentos no tratamento da obesidade é indicado para pacientes com IMC ≥ 30 ou ≥ 27 associado a fatores de risco, após falha do tratamento clínico em 6 meses.
A maioria dos medicamentos utilizados no tratamento conservador não cirúrgico da obesidade apresentam leves efeitos colaterais que diminuem com o tempo de tratamento. Porém, alguns medicamentos possuem efeitos adversos graves, impossibilitando seu uso por alguns indivíduos.
A terapia medicamentosa no tratamento conservador não cirúrgico da obesidade é questionada quanto sua eficácia, potencial de efeitos adversos e dosagens perigosas. Por isso, são realizados diversos estudos para analisar o uso de medicamentos na obesidade.
Entre os medicamentos para tratamento conservador não cirúrgico da obesidade no Brasil são a sibutramina (inibidor da recaptação de serotonina e noradrenalina), que aumenta a saciedade, e a orlistate (inibidor da lipase gastrointestinal), que diminui a absorção de gorduras da dieta no trato gastrointestinal.
Os medicamentos bupropiona e topiramato no tratamento da obesidade são utilizados no modo off-label, ou seja, não há indicações diretas em estudos para esse fim, mas seus efeitos contribuem com a perda de peso. Diversos outros medicamentos estão sendo analisados para verificar seus benefícios no tratamento da obesidade.
Há de se mencionar os medicamentos que suscitam a liberação de hormônios intestinais, a saber o GLP-1, que além de aumentar a produção de insulina, diminui o esvaziamento gástrico, provocando sensação de saciedade precoce, com isso induzindo menor ingestão alimentar, favorecendo o emagrecimento.
Conforme abordado nesse artigo, ficou evidente que o caminho inicial para o controle e tratamento da obesidade deve se iniciar com mudanças nos hábitos do paciente, incluindo a alimentação, realização de atividade e exercícios físicos e acompanhamento psicológico, que são essenciais para mudança do estilo de vida do indivíduo, que, muitas vezes, precisa mudar sua rotina depois de décadas, e o uso de medicamentos quando indicado. Ter empatia com o paciente é um ponto-chave para compreender suas necessidades e contribuir para o sucesso do tratamento.