A cirurgia bariátrica consiste em um conjunto de abordagens cirúrgicas utilizadas no tratamento da obesidade mórbida que não respondeu ao tratamento com mudança no estilo de vida e uso de medicamentos.
O tratamento cirúrgico para obesidade, a cirurgia bariátrica, se mostrou eficaz por gerar perda de peso no longo prazo e benefícios como melhoria das doenças associadas e aumento da expectativa de vida.
As indicações de cirurgia bariátrica do National Institutes of Health (NIH) definem que os pacientes que podem ser considerados aptos a realização da cirurgia são aqueles que possuem:
Os objetivos da cirurgia bariátrica consistem em:
Além destes mecanismos, a cirurgia bariátrica também pode envolver alterações em vias metabólicas e hormonais e outros processos que visam a modulação do apetite e a ingestão de alimentos.
Cada um dos tipos de procedimentos de cirurgia bariátrica possuem resultados esperados e possíveis complicações diferentes.
A escolha da técnica a ser utilizada na cirurgia bariátrica depende dos seguintes fatores, considerando seus benefícios e riscos:
Uma das principais técnicas cirúrgicas utilizadas no tratamento da obesidade é o bypass gástrico em Y de Roux (BGYR), que é classificado como um procedimento restritivo e disabsortivo (misto).
A realização do BGYR por videolaparoscopia é considerada o padrão-ouro no tratamento cirúrgico do diabetes. O BGYR gera perda de peso eficaz no longo prazo e apresenta um grau aceitável de complicações, por isso, é o procedimento mais realizado para o tratamento da obesidade.
Nesse procedimento, uma bolsa gástrica com 30 a 50 ml é criada na pequena curvatura por meio de grampeadores lineares. Em seguida, ocorre a reconstrução do trânsito intestinal com uma gastrojejunostomia com um estoma de 1,5 a 2 cm para se conectar à bolsa. Na porção distal, é realizada a transecção do jejuno 100 cm após o ligamento de Treitz e a enteroenteroanastomose é feita 100 a 150 cm após, na alça do Y de Roux.
O BGYR pode ser feito por via laparoscópica (padrão-ouro) ou aberta, sendo esta última predominante no sistema público de saúde. A técnica por videolaparoscopia, em comparação com a técnica aberta, gera maior benefício ao paciente no tratamento da obesidade devido aos seguintes fatores:
A gastrectomia vertical (GV) é a cirurgia mais realizada nos Estados Unidos para o tratamento da obesidade, até mais que o BGYR.
A técnica da GV para o tratamento da obesidade consiste na elaboração de uma bolsa gástrica em formato de tubo com a ressecção de 70 a 80% do estômago com o uso de grampeadores, deixando o órgão com o tamanho de 150 a 200 ml.
A perda de peso com o uso da GV é semelhante à presente no BGYR no curto prazo. Porém, a longo prazo, estudos demonstram que o BGYR ainda é superior. Referente às comorbidades, há redução das mesmas com o uso da GV,pois a perda de peso é significativa
O uso da GV no tratamento da obesidade tem se mostrado mais efetivo em pacientes com menores IMCs, homens, indivíduos com mais de 60 anos e aqueles com IMC > 60 kg/m2.
A derivação biliopancreática (DBP) no tratamento da obesidade atua por meio da aceleração do esvaziamento gástrico e do trânsito intestinal como um todo.
Trata-se de uma redução do estômago em aproximadamente a metade e o desvio deste estômago restante para uma alça intestinal.Nesta técnica há uma redução importante de parte do intestino que digere os alimentos
. Assim, uma das consequências da realização da DBP é o aumento da quantidade de evacuações diárias.
A alteração anatômica gerada pela técnica para o tratamento da obesidade acarreta uma absorção deficiente pela parte do intestino excluída do trânsito e redução do apetite pelos efeitos hormonais. Isso acarreta maiores incidências de desnutrição proteicocalórica e de complicações após o procedimento.
Apesar de se fazer mudanças na técnica para tentar diminuir esses malefícios, ainda se identifica má-nutrição e deficiências vitamínicas. Por isso, a DBP isolada para o tratamento da obesidade é raramente realizada, sendo mais indicada para pacientes com IMC > 60 kg/m2.
NÃO É MAIS INDICADA
Nesta técnica faz-se uma Gastrectomia Vertical e a seguir o trânsito intestinal é desviado ao nível do duodeno para uma alça intestinal diminuindo a digestão e absorção intestinal.
Tem inconvenientes semelhantes à operação de Scopinaro, menos intensos porém, e a resolução das comorbidades com esta técnica é muito significativa.
Porém pelo inconveniente da diarreia frequente e eventual desnutrição, além de ser uma técnica cirurgicamente mais complexa, é reservada para casos específicos
Entre as complicações precoces da cirurgia bariátrica no tratamento da obesidade estão, com suas respectivas prevalências:
Entre as complicações tardias da cirurgia bariátrica no tratamento da obesidade estão, com suas respectivas prevalências:
São diversas as técnicas de cirurgia bariátrica para o tratamento da obesidade, cada uma com suas vantagens e desvantagens. Cabe aos profissionais da saúde e ao paciente optarem por aquela que trará mais benefícios ao caso em questão e maior capacidade de melhorar a qualidade de vida e a saúde do indivíduo!
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