A cirurgia bariátrica consiste em um conjunto de abordagens cirúrgicas utilizadas no tratamento da obesidade mórbida que não respondeu ao tratamento com mudança no estilo de vida e uso de medicamentos.
O tratamento cirúrgico para obesidade, a cirurgia bariátrica, se mostrou eficaz por gerar perda de peso no longo prazo e benefícios como melhoria das doenças associadas e aumento da expectativa de vida.
As indicações para cirurgia bariátrica foram definidas pelo National Institutes of Health (NIH) Consensus Development Panel em 1991 e são orientações aceitas pelo Consenso Brasileiro Multissocietário em Cirurgia da Obesidade de 2006. Assim, os pacientes que podem ser considerados aptos a realização da cirurgia bariátrica são aqueles que possuem:
Ainda, no Brasil, o Ministério da Saúde prevê a indicação para cirurgia bariátrica para pacientes entre 16 e 18 anos e com mais de 65 anos mediante uma avaliação pré-operatória mais criteriosa.
Os pacientes obesos mórbidos com indicação a cirurgia bariátrica têm direito a ter acesso a uma equipe de profissionais da saúde contendo médico cirurgião, médico clínico, endocrinologista, psiquiatra, psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta. A avaliação global e educação do paciente é crucial para o sucesso operatório.
O hospital em que se realizará a cirurgia bariátrica deve possuir os equipamentos necessários em bom estado de conservação, além de mesas cirúrgicas que comportem os pacientes, instrumentos laparoscópicos extralongos, grampeadores especiais e camas extragrandes. Além disso, o serviço de radiologia deve ser capaz de acomodar o paciente.
Cuidados que se deve ter antes da realização da cirurgia bariátrica é a realização de profilaxia com antibióticos conforme a probabilidade de contaminação, visto que a obesidade aumenta o risco de infecções da ferida operatória. Também deve ser realizada profilaxia para trombose venosa profunda (TVP), considerando o alto risco de pacientes obesos desenvolverem essa condição.
A cirurgia bariátrica gera grande perda de peso e reduz as doenças associadas à obesidade.
A medida mais usada para avaliar o sucesso da cirurgia bariátrica é a porcentagem de perda do excesso de peso (PEP). A cirurgia bariátrica é capaz de ocasionar redução de peso com perda média de ⅔ do excesso de peso em um período de 12 a 18 meses.
Pacientes que se empenham na redução da ingesta calórica e iniciam a realização de atividade física tendem a manter estável o peso atingido com a cirurgia bariátrica.
A doença que mais recebe impacto da cirurgia bariátrica é o diabetes do tipo 2, apresentando melhora significativa nos níveis glicêmicos e na necessidade do uso de hipoglicemiantes. Esse efeito decorre das alterações hormonais desencadeadas pela mudança anatômica e pela diminuição da ingesta calórica.
A melhora da hipertensão após a cirurgia bariátrica é mais lenta do que ocorre com o diabetes, pois depende da perda de peso.
Entre 85 a 95% dos pacientes há remissão ou melhora dos sintomas.
Em torno de 2 anos após o procedimento, há chance de resolução de 84% dos casos de esteatose.
No geral, nota-se melhora na qualidade de vida dos indivíduos submetidos a cirurgia bariátrica, destacando-se no aspecto psicológico, atividade física e saúde como um todo.
Além das doenças citadas, também há evidências de melhora em condições como dislipidemia, doença do refluxo gastroesofágico, osteoartrite e depressão.