O tratamento tradicional da obesidade envolve principalmente dieta com baixa ingestão calórica, exercícios físicos, mudanças comportamentais, acompanhamento psicológico e uso de medicamentos.
Apesar dessa abordagem ser funcional no início, proporcionando perda de peso, a longo prazo, apenas 5% dos pacientes conseguem manter esses resultados. Frente a isso, novos meios para o tratamento da obesidade vão ganhando espaço, como a via cirúrgica.
A cirurgia bariátrica é o destaque quando se fala de tratamento cirúrgico para obesidade, pois gera resultados e os mantém a longo prazo. Entre as técnicas utilizadas na cirurgia bariátrica estão as restritivas, disabsortivas e mistas.
Estudos apontaram que, além das alterações anatômicas proporcionadas pelos procedimentos cirúrgicos, também há alterações hormonais no trato gastrointestinal geradas pelos entero-hormônios, que influenciam na perda de peso do paciente submetido à cirurgia bariátrica.
Mas não é da cirurgia bariátrica que vamos falar aqui hoje, mas sim das novas tendências para o tratamento endoscópico da obesidade.
Apesar de muitos pacientes terem indicação de realização de cirurgia bariátrica, menos de 2% destes conseguem realizá-la! Parece irreal, não é? Isso ocorre por diversos fatores, como alto custo, dificuldade de acesso ao cirurgião ou medo da cirurgia.
Esse contexto abre espaço para o desenvolvimento de novas técnicas, como o tratamento endoscópico da obesidade, que apresentam benefícios semelhantes aos da cirurgia bariátrica, permitindo que mais indivíduos que necessitam de tratamento possam acessá-lo.
As vantagens do tratamento endoscópico da obesidade são:
Nosso objetivo nesse artigo é abordar especificamente a técnica de tratamento endoscópico da obesidade por meio do balão intragástrico.
O tratamento endoscópico da obesidade com balão intragástrico é a técnica endoscópica mais utilizada!
O balão intragástrico consiste em uma esfera de silicone que é inserida endoscopicamente no estômago do paciente sedado. Após ser introduzido, o balão intragástrico é preenchido com 400 a 700ml de solução salina e azul de metileno. Caso ocorra a ruptura do balão, o azul de metileno irá mudar a cor da urina, indicando o ocorrido.
O balão intragástrico resiste ao ácido do estômago por até 6 meses, sendo retirado endoscopicamente ao fim desse período.
Um estudo com 323 pacientes demonstrou que o tratamento endoscópico da obesidade com balão intragástrico foi efetivo no controle da obesidade temporariamente. O balão intragástrico induziu perda de peso em 48% dos pacientes e não foi associado com mortalidade, sendo que o risco de complicações graves foi mínimo.
Outro estudo demonstrou que, em comparação com a dieta, o tratamento endoscópico da obesidade com balão intragástrico preenchido com mais de 400 ml foi superior em relação à redução do IMC e perda do excesso de peso.
Porém, nem todos os pacientes apresentam perda de peso significativa. Estudos demonstraram que entre 20 a 40% dos pacientes com balão intragástrico não perderam mais do que 10% do peso inicial ou mais que 25% do excesso de peso. Isso pode decorrer de fatores como:
Dessa forma, o tratamento endoscópico da obesidade com balão intragástrico pode ser considerado um complemento para o tratamento da obesidade, sendo usado para estimular a mudança do estilo de vida e a perda de peso, proporcionando controle das comorbidades e melhorar a qualidade de vida dos pacientes!
Para obter sucesso com este procedimento que é realizado sem necessidade de internação, é muito importante o acompanhamento nutricional.
A GASTROMED Instituto Zilberstein realiza e tem muita experiência com este procedimento