A obesidade consiste em uma doença crônica que se desenvolve devido ao aumento do consumo de alimentos acompanhada da diminuição da realização de atividade física.
Assim, pode-se dizer que a obesidade consiste no acúmulo de tecido gorduroso causado por um desequilíbrio nutricional, ou seja, há maior ingestão de energia (consumo de alimentos) sem que esta seja gasta ou “queimada” por meio de atividade física.
Como as principais causas de obesidade estão associadas com hábitos de vida, é essencial que o médico os investigue para identificar a origem da doença e a conduta.
Assim, questionar sobre idade de início do ganho de peso, tentativas anteriores de perda de peso, mudança de hábito alimentar, ingestão de alimentos, sedentarismo, histórico de atividade física, uso de medicamentos e início e/ou interrupção de tabagismo. Além da coleta dos dados citados, é crucial o uso de indicadores para avaliação da obesidade.
A avaliação clínica da obesidade é realizada principalmente pelo Índice de Massa Corporal (IMC) e pela circunferência abdominal.
O IMC consiste em um cálculo entre o peso e a altura do indivíduo, sendo obtido a partir da fórmula: peso/altura². O IMC é fácil de se obter e possui grande relação com o percentual de gordura corporal e consequentemente, com a obesidade.
A circunferência abdominal é mensurada se passando uma fita ao redor do abdome ao nível da cicatriz umbilical com o paciente em pé. Outros índices utilizados na avaliação da obesidade são a medida do quadril e a avaliação de risco clínico geral.
Outros exames complementares podem ser utilizados para avaliação clínica e laboratorial de indivíduos com sobrepeso e obesidade. Todas as informações obtidas são importantes para classificar o tipo e a gravidade da condição de saúde do paciente e elucidar as opções de tratamento.
A classificação do IMC aprovada pelo National Institutes of Health (NIH) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e utilizada pela maioria dos médicos é a seguinte:
Índice de Massa Corporal (IMC) | |
Classificação | IMC (kg/m²) |
Baixo peso | < 18,5 |
Peso normal | 18,5 - 24,9 |
Sobrepeso | 25 - 29,9 |
Obesidade classe I | 30 - 34,9 |
Obesidade classe II | 35 - 39,9 |
Obesidade classe III (obesidade grave, extrema ou mórbida) | 40 - 49,9 |
Obesidade classe IV (superobesos mórbidos) | ≥ 50 |
Com relação a estimativa de risco cardiovascular associado a obesidade com base no IMC, na gordura corporal e nas comorbidades, deve-se considerar a seguinte classificação:
*Exceto se gordura visceral alta ou o paciente tenha aumentado mais de 10 kg de peso desde os 18 anos
Para saber mais sobre as comorbidades associadas à obesidade, acesse o artigo Problemas Relacionados à Obesidade aqui no nosso blog.
A circunferência abdominal é mensurada se passando uma fita ao redor do abdome ao nível da cicatriz umbilical com o paciente em pé.
Anteriormente, uma circunferência abdominal de até 88 cm para as mulheres e até 102 cm para os homens era considerada normal. Porém, estudos demonstraram que diferentes valores de referência devem ser adotados conforme a etnia do paciente.
Por isso, para a América Latina, os valores considerados normais são de até 80 cm para as mulheres e até 90 cm para os homens. Assim, pode-se dizer que pacientes que possuem valores maiores que estes têm obesidade abdominal, também denominada visceral, o que indica maior risco de comorbidades.
A avaliação da obesidade em todos os seus aspectos é essencial para determinar a melhor forma de abordá-la. Desde medidas de controle até tratamentos mais definitivos, como os cirúrgicos, devem ser estudados e definidos em detalhes, conforme as vontades do paciente e o conhecimento médico sobre qual é o melhor meio de se atingir as metas de saúde desejadas!